"Life is not about waiting for the storm to pass. It's about learning to dance in the rain"

Vivian Green


domingo, 7 de março de 2010

Uma manhã para o meu G.

Ontem à noite escrevi e reflecti. Reflecti muito. As saudades da C. inundam o meu coração, o meu pensamento e tudo o que eu faço desde aquele 11 de Janeiro em que soube que estava doente. Que o seu coração era frágil. Que poderia não suportar.

Desde então que a minha entrega e dedicação a todos os outros caiu. Não tenho a mesma capacidade. Não consigo. Não quero.
No meio de tudo isto está o meu G., que eu tanto amo. Acima de tudo. Sei-o, Amo-o.
Tenho pequenos momentos em que consigo estar com ele e dar-lhe a devida atenção que ele merece. Mas são poucos. Mas não é com a mesma alegria e entrega.
Sei que ele o sente. Não o diz. Não percebe bem o porquê. Mas sabe que a mamã está mais triste. Menos disponível. Acomoda-se. Percebe.
A consciência pesa-me.
Sim, estou com ele todos os dias. Visto-o para ir para a escola, levo-o à natação, dou-lhe o jantar, adormeço-o. Mas sem a mesma entrega e paciência.
Faltam as brincadeiras pelo meio e o sorriso rasgado na minha cara.
Tento esforçar-me, a sério que tento. Mas sei que não é a mesma coisa.
Vale-me o meu M.. Que no meio da sua dor encontra espaço para me confortar e encontra espaço para cobrir as minhas falhas. Sobretudo no que respeita ao nosso filho.
Está quase sempre com ele. Encarrega-se da maioria das coisas. Assume o que me seria devido.

Ontem pensei e decidi: por mais que me custe amanhã de manhã tenho de estar mais disponível para o meu G.. Tenho de estar verdadeiramente disponível e não apenas de corpo presente.
Levantei-me pelas 9.00. Já eles estava acordados há mais de uma hora. Acordei a sonhar com a minha C.. A minha doce C.. Dei o beijinho de bons dias no meu anjinho em prata. fiquei uns minutos a pensar na minha querida C. e na falta que ela me faz.
Levantei-me e cumpri o que prometi: pintei aguarelas, fiz construções com os blocos de madeira e fiz bolinhos no forno, tudo com o meu G.. Com um sorriso um pouquinho mais rasgado e com uma paciência que não me tem sido característica.
O G. ficou contente. Fiquei contente por ele.

Ao almoço quebrei outra vez. Falta-me a minha C. nestas aventuras de Domingo em família. Vai faltar-me sempre a minha C.

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