"Life is not about waiting for the storm to pass. It's about learning to dance in the rain"

Vivian Green


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Desabafos

Desabafo... que continua a ser muito difícil lidar com a perda da minha C....
Que quando as colegas do trabalho sorriem e saem mais cedo pela licença de amamentação o meu coração fica apertado.
Que quando as colegas falam da pena que têm por terem o leite a secar sinto um baque seco dentro de mim.
Que não mais voltei a ser a mesma mãe para o meu filho.
Que não mais voltei a ser a mesma mulher.
Que a maior parte dos dias me apetece simplesmente fechar-me no meu quarto longe de tudo e de todos e dormir meses a fio. Simplesmente não sentir. Simplesmente não existir.

Desabafo... que depois de todos estes meses saber que finalmente posso engravidar e não o conseguir me deixa de rastos. Completamente sem forças. Que o fôlego que tinha conseguido readquirir desde a perda da minha C. se esvai neste sentimento de falhanço e de incapacidade que gritam dentro de mim.

Desabafo que o trabalho é um escape. Que o arranjar tarefas e mil e uma coisas para fazer são uma desculpa enorme e descarada para não ter de enfrentar tudo e todos.

Sim, de facto durante meses não podia nem física nem emocionalmente suportar outra gravidez. Mas o saber que finalmente o poderia fazer e que não consigo engravidar deixa-me de rastos. Preciso deste passo para seguir em frente.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um bom momento

Às segundas e terças-feiras saio do trabalho apenas às 21.00. Trabalhamos com pessoas que muitas vezes estão empregadas, pelo que temos necessariamente de dispor de atendimento em pós-laboral.
Após o trabalho vim a correr para casa. Foi tempo de matar saudades do meu G.. Saber como correu o seu dia, contar a história de boas-noites, dar o leitinho, rezar e dar-lhe uns miminhos antes de dormir.
Ele estava feliz e num dia bastante tranquilo. E eu estava cheia de saudades do seu cheiro e da sua voz doce. Encheu-me o coração.
Pelas 22.30 a T., minha amiga e colega de trabalho veio tomar um chá. Optámos por ir dar uma volta a pé e fomos até ao Cinema Londres tomar o nosso chá e comer uma deliciosa fatia de bolo de chocolate.
Fluíram conversas despreocupadas. Leves. Sem dor. Sem tristezas associadas.
Foi bom. Muito bom.
Um momento descontraído como há muito não tinha.
Obrigada amiga. Não creio que consigas imaginar a importância que teve para mim este bocadinho. Fez-me bem...

domingo, 19 de setembro de 2010

Dia difícil

Hoje foi um dia muito difícil.
Sim, na verdade todos são difíceis. Mas hoje voltei a um estado que tenho conseguido controlar ultimamente: chorar constantemente.
Fazes-me falta. Muita falta.
Preciso tanto de ti.

8 Meses

8 longos meses desde que sei que partiste. O dia de hoje é triste, muito triste para mim.
O que poderíamos ter vivido juntas. O que poderíamos ter partilhado. O amor que te poderia ter dado.
O fim de mim como me conhecia. O emergir de uma realidade que continuo a não aceitar. E que não aceitarei nunca.
Dá-me um sinal de que estás bem. Por favor. Aparece-me em sonhos, deixa-me uma marca, dá-me um sinal por mais ténue que seja. Preciso tanto de ti.
Continuo a amar-te. Hoje e sempre.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Continua a custar tanto...

A saudade. É algo que me aniquila. A saudade da minha filha.
Não consigo seguir em frente. Não quero. Sinto-me como se tivesse um grilhão com uma enorme bola de ferro presa que me puxa para baixo. Cada vez mais para baixo.

A esta saudade junta-se a dor de não conseguir engravidar novamente. O medo de não ser capaz. O saber que preciso de um Terceiro Filho para voltar a olhar para o futuro com um sorriso.
Sim, sei que não posso fazer a minha vida depender de ter um filho... nem a minha felicidade... mas na verdade esforcei-me ao máximo por investir noutros projectos ao longo de todos estes meses. Mas não foram esses projectos que falharam. Eu é que a dada altura não consegui responder-lhes por estar tão desesperada. E eu preciso, mas preciso verdadeiramente de investir neste projecto, neste desejo: um terceiro filho!

Sinto-me desesperar.

domingo, 12 de setembro de 2010

Vitórias - Parte II (Para recordar mais tarde...)

Andar de baloiço sozinho! Sem ninguém a empurrar!

- "Vê mamã como eu consigo andar rápido! Quase que batia com os pés naquela árvore, não é?"
- "Sem dúvida filho... a sorte é que ela está bem longe..." (quase a Quilómetros...)
Foi hoje à tarde no Jardim da Estrela, se bem que a primeira vez que conseguiu andar sozinho foi na última semana de Agosto no parque infantil do empreendimento de férias em Vilamoura.
Hoje estava-se bem no Jardim da Estrela: crianças a correr, o miúdo feliz, os vizinhos A. e M. com os filhos Maria e António sentados ao nosso lado sob uma toalha na relva.

Antes disso o G. e a Maria tinham estado a brincar cá em casa enquanto o António fazia a sesta após nos cruzarmos ao almoço no McDonalds. Jogámos ao disco e fizemos pinturas com as tintas e os pincéis. Uns acidentes pelo meio com a água e muita diversão para os miúdos.
Um dia feliz para uma criança faz-se com coisas simples...

sábado, 11 de setembro de 2010

Saudades

As saudades da minha C. continuam a ser imensas...
Tento estar melhor, alimentar-me melhor, dormir melhor, ser melhor amiga, ser melhor Mãe do meu G., ser melhor mulher... estar um pouco mais próxima do que fui um dia.
Mas custa. Muito.
E não posso deixar de admitir que a principal motivação para estar melhor é o desejo que sinto por um terceiro filho. Claro... que quando desejamos tanto uma gravidez e a ansiedade é mais que muita... ela não acontece... e a frustração é imensa... e junta-se à tristeza que me consome desde Janeiro e tudo se torna ainda mais cinzento...

O caminho mais simples parece-me ser deitar-me na minha cama, fechar os estores e a porta e dormir durante meses e meses e meses. Dormir e adormecer a dor de ter perdido a minha C.. Encontra-la em sonhos, te-la nos meus braços, sentir o que não senti.
Julgo que sei porque não o fiz... aliás tenho a certeza... só não o fiz porque tenho o meu querido G., que tanto amo e que dá todo o sentido à minha vida...

Quero-te tanto minha filha. Tanto.
E o sofrimento de não te ter é uma dor que não é apenas uma emoção. É uma dor que se sente no corpo. Como um peso forte que me comprime o peito e não me deixa respirar.

Não consigo deixar-te partir. E não quero fazê-lo. Quero-te aqui comigo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um filho Sonhado

O desejo a crescer. Tanto.
O receio de não ser possível também...