"Life is not about waiting for the storm to pass. It's about learning to dance in the rain"

Vivian Green


sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Conforto em Crer

Ser crente.
O conforto (emocional) que a Religião me traz, particularmente desde a perda da minha C., é precioso.
Agradeço a Deus e à Mãe do Céu por todas as dádivas que tive e tenho na vida. É a Eles que entrego a minha doce C.. É a Eles a quem peço tantas vezes que a recebam e a acarinhem... do modo que eu não fui capaz...
A Igreja da nossa nova Paróquia acolheu-nos de braços abertos. Sem perguntas e sem questões. Numa postura de total abertura e de aceitação sincera.
Tudo começou quando nos dirigimos um dia ao Acolhimento para marcar a missa mensal pela C. Naquele dia estava lá a RM. Com um sorriso fez-nos a pergunta que sentiu, por algum motivo, ser tão importante para nós: "...E quem era a C.?".
A saudade inundou-me o coração e as lágrimas embargaram-me a voz, quando respondi que era a nossa bebé.
Partilhou connosco que também perdera uma filha pouco depois do seu nascimento. Falámos uns minutos acerca da C. e da filha que ela perdera há muitos anos.
Um olhar de quem sabe e compreende a dor. De quem a viveu e percebe a angústia e o desespero de não ter nos braços aquele ser a quem demos a vida e que tanto amávamos...
Disse-nos que iria à missa rezar pelas nossas filhas e que gostaria que colaborássemos na Paróquia. Dissemos que sim. Deixámos os nossos contactos.
Na missa voltámo-nos a encontrar. No final apresentou-nos o Senhor Prior, que nos disse com um sorriso "Ah, ela está com Deus", referindo-se à nossa C.
Na passada semana fomos então convidados a participar num "café" em casa do Senhor Prior. Casais discutiam com o Senhor Prior acerca de programas da Paróquia.
Receberam-nos com um sorriso e muita simpatia. Em breve nos vimos com um jantar marcado em casa do casal mais jovem do grupo, a A. e o M..
Fomos ontem.
Um jantar muito agradável. Um casal que nos recebeu quase sem nos conhecer e que se preocupou connosco. Foi bom, foi muito bom. Falámos de tudo: filhos, casas, Religião, trabalho, alimentação, valores morais, emprego, formação...
No meio a partilha aberta e sincera que nos fizeram acerca da perda de dois dos seus 4 filhos (ainda durante a gestação). A segunda perda tão próxima da perda da nossa C. (em Outubro).
Um exemplo. Um alívio. A empatia. A admiração pela entrega que revelam; pela atitude que têm perante a vida.
Certamente um marco que será determinante num aprofundamento da nossa vida espiritual.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Desejar

Desejar... Muito... Um terceiro filho.
O parecer médico já autoriza, mas o corpo não permite.
Mente e corpo são ainda da minha doce C. e ainda não me permitem partir livremente e abraçar este desejo.
Mas está a crescer e a tornar-se tão importante para mim...

A confusão de sentimentos vai-se gerando também com este desejo: culpa, traição, errado... sonho, desejar, querer, sentir.

Perdoa-me minha doce C. Por tudo.
Amar-te-ei sempre, mesmo com a vida entre nós. E anseio o dia em que te reencontrarei... tanto...