"Life is not about waiting for the storm to pass. It's about learning to dance in the rain"

Vivian Green


segunda-feira, 12 de abril de 2010

O meu G.

Por vezes penso que escrevo pouco sobre o meu G. Não que a perda da minha C. me tenha feito negligencia-lo.
Estou uma mãe diferente, sim. O meu sorriso não é tão rasgado. A minha espontaneidade não é tão pura. A minha entrega passou a ser partilhada (com uma filha que não está comigo fisicamente, mas que na verdade ocupa parte do meu coração de mãe... e dos meus pensamentos de mãe também...).
Mas continuo a estar com ele, a cuidar dele, a brincar com ele.
Ele nota que estou diferente, claro. Aproximou-se mais do pai, sobretudo para as brincadeiras...
Mas continua a ser o meu querido e amado G.. Quem me faz acreditar que tudo é possível e que a vida merece, sem dúvida, ser vivida.
É o seu sorriso que me conforta a alma e que dá sentido a cada minuto dos meus dias.
Digo-lho todos os dias num abraço apertado que o amo. Que é a coisa mais importante da vida da mamã.
Pergunta-me por vezes sobre a maninha. Espontâneamente. Respondo-lhe sempre tentando ser o mais natural possível. Fica angustiado com o facto de a maninha estar sozinha. Pergunta-me como é que vamos encontrar a estrelinha da maninha quando morrermos para podermos ficar juntos. Diz que gostava de ter um maninho, para a seguir perguntar: "e se esta sementinha também vier com um dói-dói?".
São momentos. Respondo-lhe com naturalidade, tentando tranquiliza-lo e explicar-lhe que a maninha está bem e feliz na sua estrelinha porque nos consegue ver e porque dessa forma não tem "aquele dói-dói no coração".

A sua inocência encanta-me.
Quase todos os dias me traz uma flor que apanha na rua. Sabe que me faz feliz.
Anda na era dos Gormitis, do Ben Ten, dos Bakugans e das histórias de lutas, cavaleiros, batalhas e dragões. O seu mundo de fantasia.
Há umas semanas dizia querer casar com a L. da sua escola, porque era amigo dela e porque ela é a menina mais bonita da sala ("tem cabelos louros mamã..."). Já mudou de ideias, agora diz que é a M. A., que por coincidência esteve na salinha dele na primeira escolinha que ele frequentou, entre os 17 meses e os 3 anos.
Desde que viu o filme "Como treinares o teu dragão", há cerca de 20 dias, anda entusiasmado com os dragões. Há 15 dias atrás, após a Missa, passámos a pé pelo McDonalds ali da Av. de Roma. Viu o cartaz dos dragões alusivos ao filme. Ficou encantado. Expliquei-lhe o que era o McDonalds e que aqueles dragões eram ofertas que vinham acompanhadas de batatas fritas e hamburgers ou pedacinhos de carne numa caixinha... Escusado será dizer... ficou fã. Até o pai já vai ao McDonalds, imagine-se...
O que o meu doce M. não faz para ver o filho sorrir e por me tentar animar...

É uma criança feliz. Vê-se. Sente-se.
Amo-o, do fundo do meu coração.
Quanto ao meu M., só uma expressão: o meu companheiro para a vida. Quem me abraça e percebe as minhas lágrimas com total empatia pelo meu sentimento. Quem tudo faz para me tentar animar. Admiro-o. Amo-o.

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