"Life is not about waiting for the storm to pass. It's about learning to dance in the rain"

Vivian Green


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Continuamos

A nossa família continua. Sinto actualmente a vida como um caminho indefinido.

O meu filho está lindo. Está numa fase óptima. Muito bem comportado (para o que seria o padrão do nosso G., entenda-se). Feliz. Mais autónomo. Mais crescido. Cada vez mais menino e menos bebé.
Amanhã vai vestido com o equipamento da selecção (made in Continente, claro) para a escola, embora esteja dividido porque também simpatiza com o Brasil ("é que lá está sempre sol, mamã") - andamos os dois a tentar convencer o pai a levar-nos de férias ao Brasil quando tudo estiver mais calmo.
Continua e será sempre a minha razão de viver. O que me preenche e dá sentido à minha existência.
O seu sorriso, a sua criatividade, o seu abraço ternurento e o seu beijo meigo enchem-me o coração

O M. anda com um pé em Coimbra e outro cá em Lisboa: a situação de saúde do seu pai assim o exige e honestamente prefiro que ele passe o máximo de tempo possível com o pai e que lhe dê tudo o que puder neste momento. Compreendo a necessidade que ele tem de estar junto do pai. Mas está cansado. Não o diz, nunca o faria, mas noto-o claramente. Desdobra-se para dar atenção a todos e responder a tudo : a nós, ao pai, à mãe, à irmã, ao trabalho...
Sempre o M. de sempre: com um sorriso nos lábios, uma piada sempre na ponta da língua e uma postura de quem tenta demonstrar que está tudo bem...
Continua a ser o meu porto de abrigo. Quem me abraça, limpa as minhas lágrimas e percebe a minha dor. Porque partilha dela. Porque a viveu comigo.
Quem me indica o Norte e me dá a mão para caminhar na direcção certa.
Um pai maravilhoso. O melhor marido que poderia ter desejado.
Um companheiro para a vida.

A minha doce C.... Continua a fazer-me uma falta imensa. Fará sempre.
Sinto tanto, mas tanto a falta do que não tive: do choro dela, do toque dela, do cheiro dela, do corpo dela, do olhar, do sorriso, da Vida dela...
Tudo na minha vida é feito a pensar nela. Em tudo ela tem a sua existência.
Sim, estou mais em paz comigo mesma. Mas a saudade pelo que não tive, a saudade do que não lhe dei, a saudade do que poderia ter sido inunda-me a todo o momento.
Amo-te minha filha, mesmo com a vida entre nós. Como eu queria sentir-te.

O desejo de um terceiro filho dá-me força para seguir em frente e acreditar que a felicidade de ter um filho comigo pode desdobrar-se... É ainda um sonho. Um projecto acalentado e desejado.
Quando o conselho médico o permitir. Quando o meu organismo o permitir.
Mas um desejo.

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